Aceito a sua Consideração
Estou saindo desse mundo só não dar de cara com você. Para não me incomodar ao ouvir seu nome em todo canto. Assim como incomoda e desperta meu coração quando escuto pelas ruas, nos muros, debaixo do tapete e dormindo. Meu coração virou um caçador de pessoas com esse nome. Virei uma caçadora
de você em todas as pessoas. Que coisa patética!
Quando voltei. Apenas
sorri e sorri e sorri. Porque era isso. Eu queria te ver apenas. Coloquei minha dor numa caixinha
embaixo dos meus pés e fiquei mais alta pra poder te abraçar sem dor, perto da sua
nuca. Eu te acho tão lindo! Lindo demais, de formas variadas, profundas e
até mesmo insuportáveis.
Você... Seus olhos. E tudo que me faz sentir, é forte, como um soco de buquê de flores de aço no meu estômago.
E eu queria ir até você e te
dizer que eu sei de cor seus movimentos enquanto dorme. E como eu gosto de
você por isso. Como eu gosto de você por causa dos assuntos que tenta me fazer concordar. Como gosto quando deixa escapar algumas demonstrações.
Suas listas de culturas e atenções. Seus cabelos e seu cheiro em
detalhes dormem e acordam comigo. Acariciam e perfuram meus pensamentos vinte e quatro
horas por dia. A loucura de gostar tanto
pra tão pouco acaba comigo.
Fora tudo que guardei de
você, me restou a consideração que você guardou por mim. Seu silêncio depois da nossa tarde de amor. Sua mão que já não segura a minha. Sua confusão sobre vida como ela é. Sua
gentileza disfarçada de vergonha por não gostar de mim. A maneira que você
tem de pedir desculpas com gestos doces por ser mais um cara que partiu meu coração.
Finjo que aceito suas considerações. Fico feliz por perguntar se estou bem. Queria mesmo o seu nome
na tela do meu celular. Um segundo da sua voz do outro lado mas você nunca me ligou, nem nunca vai ligar.
Então aceito a sua enorme consideração
pequena, responsável, curta, cortante. Aceito você de longe. Aceito suas costas
indo. Aceito o último olhar da janela do metrô. Os últimos fios de cabelos que deixei espalhados na sua cama.
Não se digere amor, não se cospe amor, amor é o engasgo que a gente disfarça sorrindo de dor. Aceito sua consideração de carinho no topo da minha cabeça, seu dedilhar de dedos nos meus ombros, seu tchauzinho do bem, partindo para algo que não me leva junto e nunca mais levará, seu beijinho profundo de perdão pela falta de profundidade. Aceito apenas porque toda a lama, toda a raiva e toda a indignação se calam pra ver você passar.
Não se digere amor, não se cospe amor, amor é o engasgo que a gente disfarça sorrindo de dor. Aceito sua consideração de carinho no topo da minha cabeça, seu dedilhar de dedos nos meus ombros, seu tchauzinho do bem, partindo para algo que não me leva junto e nunca mais levará, seu beijinho profundo de perdão pela falta de profundidade. Aceito apenas porque toda a lama, toda a raiva e toda a indignação se calam pra ver você passar.
Pode escrever um livro.
ResponderExcluirTalvez novela mexicana haha
ExcluirNossa como vc eh forte. Que texto triste. O amor machuca as vezes mais vai passar. Gostei do texto. Eh profundo.
ResponderExcluirVocê só descobre o quanto é forte depois de escrever um texto como esse pra pessoa que ama. E sim, tem razão, é o que eu espero. Obrigada.
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