Separação

Como dizia Vinicius de Moraes... "De repente, não mais que de repente. Fez-se de triste o que se fez amante. E de sozinho o que se fez contente."



 

E ainda tem quem diga "Ah mas o que Deus uniu o homem não separa". Ah amigo... A situação está complicada viu!
Claudia Raia e Edson Celulari.
Alexandre Borges e Júlia Lemmertz.
Avril e Chad.
Willian Bonner e Fátima Bernardes.
Brad Pitt e Angelina Jolie. (Mas ai já foi culpa minha né... Ele sempre foi afim de mim, desculpa inimigas, mas é a verdade).
Joelma e Chimbinha. (Que foi mais um Circo do que uma Separação).
E por fim... Clarice Falção e Gregório Duvivier.




As pessoas começaram a entender a frase "Até que a morte nos separe". Quando a Morte chega, a separação é a única forma de viver de novo. 
Pena que tem que ferir tanto.


 



Vou falar sobre Clarice e Gregório. Não faço ideia de quando se separaram e por qual motivo. Enfim... Li o texto que Gregório publicou falando sobre a Clarice. E sinceramente, separação machuca. Mas a atitude dele foi tão... tão... Corajosa, me fez chorar. Como eu disse não sei o motivo da separação, mas esse texto me fez refletir. (Se não for pra ter um ex como o Gregório nem quero). 




"Desculpe o Transtorno, preciso falar de Clarice.

Conheci ela no jazz. Essa frase pode parecer romântica se você imaginar alguém tocando Cole Porter num subsolo esfumaçado de Nova York. Mas o jazz em questão era aquela aula de dança que todas as garotas faziam nos anos 1990 –onde ouvia-se tudo menos jazz. Ela fazia jazz. Minha irmã fazia jazz. Eu não fazia jazz mas ia buscar minha irmã no jazz. Ela estava lá. Dançando. Nunca vou me esquecer: a música era “You Oughta Know”, da Alanis.


Quando as meninas se jogavam no chão, ela ficava no alto. Quando iam pra ponta dos pés, ela caía de joelhos. Quando se atiravam pro lado, trombavam com ela que se lançava pro lado oposto. Os olhos, sempre imensos e verdes, deixavam claro que ela não fazia ideia do que estava fazendo. Foi paixão à primeira vista. Só pra mim, acho.Passamos algumas madrugadas conversando no ICQ ao som de Blink 182 e Goo Goo Dolls. De lá, migramos pro MSN. Do MSN pro Orkut, do Orkut pro inbox, do inbox pro SMS.
Começamos a namorar quando ela tinha 20 e eu 23, mas parecia que a vida começava ali. Vimos todas as séries. Algumas várias vezes. Fizemos todas as receitas existentes de risoto. Queimamos algumas panelas de comida porque a conversa tava boa. Escolhemos móveis sem pesquisar se eles passavam pela porta. Escrevemos juntos séries, peças de teatro, filmes. Fizemos uma dúzia de amigos novos e junto com eles o Porta dos Fundos. Fizemos mais de 50 curtas só nós dois —acabei de contar. Sofremos com os haters, rimos com os shippers. Viajamos o mundo dividindo o fone de ouvido. Das dez músicas que mais gosto, sete foi ela que me mostrou. As outras três foi ela que compôs. Aprendi o que era feminismo e também o que era cisgênero, gaslighting, heteronormatividade, mansplaining e outras palavras que o Word tá sublinhando de vermelho porque o Word não teve a sorte de ser casado com ela.
Um dia, terminamos. E não foi fácil. Choramos mais que no final de “How I Met Your Mother”. Mais que no começo de “Up”. Até hoje, não tem um lugar que eu vá em que alguém não diga, em algum momento: cadê ela? Parece que, pra sempre, ela vai fazer falta. Se ao menos a gente tivesse tido um filho, eu penso. Levaria pra sempre ela comigo.
Essa semana, pela primeira vez, vi o filme que a gente fez juntos —não por acaso uma história de amor. Achei que fosse chorar tudo de novo. E o que me deu foi uma felicidade muito profunda de ter vivido um grande amor na vida. E de ter esse amor documentado num filme —e em tantos vídeos, músicas e crônicas. Não falta nada.





O mundo precisa de mais Gregórios (Mesmo que ele tenha vacilado... ah vai saber...)
Dói sim separar de quem a gente ama. E a atitude dele foi tão impressionante, publicar isso no jornal... Enfim, depois dessa acho que é o fim mesmo. Mas pelo menos "Não falta nada".

Não falta nada!
 









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