36º Graus/ Última postagem

Para que serve os registros Jessica? 
1 Opção: Alcançar meu objetivo, expressar com palavras sentimentos que não tenho coragem de dizer. Ler futuramente e sentir imensa alegra por ter conseguido o que desejava.
 2 Opção: Ler futuramente e sentir profunda indiferença sobre todas palavras descritas. Rir infinitamente ao mensurar minha breguice e idiotice. Agradecer a vida, pois tudo passa e se o objetivo não foi alcançado com certeza teve uma razão maior. 

Bem, quero dizer que essa inspiração acabou. Se era pra marcar, missão cumprida. Está mais marcado que meu cabelo preso de manhã. Tenho sentido imensa tristeza nesses últimos momentos de 2016, infelizmente tudo veio à tona, não estou bem com isso.


Na minha última postagem no Blog quero deixar também minhas últimas lágrimas nas palavras. Quero dizer que a mesma força que me fez voltar é a mesma que está solicitando o silêncio dos meus relatos. Escritora eu não sou e sou uma péssima Blogueira, nem falo de moda, ah cara, eu nem mesmo uso batom. Não manjo de poesias e rimas. E a minha escrita é meio falida, não uso palavras difíceis e bonitas. Não faço tutorial de como perder o um homem em 2 meses e sei que não vai ser descritos em Blog que vai fazer qualquer um dar valor ao que você sente. As coisas simplesmente acontecem. Comigo? Nunca foi normal. Bem de longe consigo ouvir um eco de gritaria, vem de dentro. 

Acabei me perdendo no que é realidade e no que é delírio. Não busco mais deduzir. Me seduzir inutilmente com fantasias de viver algo não duvidoso. Atiro-me do precipício sempre, por não encontrar a segurança que preciso, talvez ela nem exista. Só quero encontrar minha paz interna. 

Ah querida Elis, será que o amor é mesmo uma coisa boa? 


Espinafre. 
É isso, gosto de Espinafre. 

Não gosto de Espinafre. 


O que eu queria de verdade era um Natal para lembrar. Diferente dos que tive ultimamente. E nunca vi os fogos na Av Paulista. Geralmente eu fico sentada na cama vendo o Show da Virada com aquele vestido típico só pra não passar em branco. Aceito alguns pedidos de Perdão. Choro com algumas palavras não ditas. Alguns afastamentos. Besteiras. Vejo filme. Jogo vídeo game. Bem... Não vale lembrar, só mesmo do Pavê e do Pudim. Canto a música do Dolly só fingir que pode ser engraçado. Mas no fundo a graça só é a atmosfera sem graça mesmo. Como um teatro mal ensaiado que não vai ter aplausos no final, talvez um ou dois só pela consideração. 


Só de pensar que pode ser igual, quando respiro dói. De lado na cama faço um pedido bem baixinho, apertando os olhos. Viro de frente e as lágrimas molham o coxão. Olho para o teto que mais parece um projetor de alta tecnologia, vejo passar o filme do minha vida, vejo cenas. Chego a esticar as mãos, mas não sei se pego ou se deixo. 

Terei sempre a companhia do Pudim e do Pavê, de um filme bom. Do quarto escuro e dos fogos clareando a janela e fazendo barulho. Talvez nada mude, talvez algo bom aconteça. 

Ainda tenho o mesmo desejo de vida. Parar de depositar minhas alegrias e minha felicidade nas pessoas. Elas falham. Ninguém tem culpa disso. É uma responsabilidade grande ser o motivo do sorriso do outro, é meio claro que vai dar merda. Eu ainda erro nisso. Quem nunca? 
Mas nunca é tarde pra buscar um novo caminho. 
Eu só quero respirar o que me resta com estilo. 
Dependendo unicamente de mim pra colocar um sorriso no rosto. 
Pois quem não é feliz sozinho, não pode ser acompanhado. 


 
Não que alguém vá ler isso ou se importe. Mas acabou o desperdício de palavras nas minhas madrugadas. Aposento meu Blog sem bicos mais uma vez com grande aperto no peito. Ele é um bom amigo. Me rendeu boas risadas. Mas preciso finalizar aqui. Mantenho só pra mim o que sinto daqui pra frente. Vou encarar uva passa no arroz em silêncio esse ano. Mais um ano se findando, junto com ele o pouco que me restava de paciência sobre meu jeito de levar a vida e meus sentimentos. 




#FebreNormalizada