Perdida
Sempre fui notada na despedida. Viro um ser existente e visível nos seus pensamentos sombrios antes de dormir. A princípio meu amor é desprezado. Quando ele morre. É exaltado. Glorificado. Ganha até um feriado. Julgam meus dias, meu tempo perdido e minhas espinhas, até mesmo meu rímel borrado. As horas se perdem enquanto procuro uma razão p ara não se perderem. Tenho reparado no movimento do mundo. Nos detalhes que ninguém enxerga. Aquela moça pedindo ajuda. Aque le homem com frio, deitado na rua 6 da manhã. Aquela senhora vendendo doces no ônibus a 1 real cada. Reparo nos rostos. Conversas... Todo mundo com seu propósito, sua sina, suas fraquezas e desgraças. Fazendo o mundo girar descompassado. Onde me encaixo? Eu já busquei nas artes. Mas lá não consigo me colocar. Já procurei na ciência... Não me vi por lá. Já me imaginei de social em uma mesa de escritório. Mas a quem eu quero enganar? Procurei nos livros. Nas matérias de su